5 dicas de Linus Torvalds para gestão de equipe


Linus Torvalds dispensa apresentações nos círculos de especialistas em código aberto (open source). Ele é o criador, a fonte de inspiração e o responsável pelo desenvolvimento do sistema operacional Linux e considera a Microsoft irrelevante.
Torvalds deu o pontapé inicial no Linux quando ainda estava na faculdade, em 1991. Desde então, o sistema serviu de base para o desenvolvimento de empresas com faturamentos milionários, como Oracle, Novell e Red Hat. Além disso, é utilizado em um leque de máquinas, que vão desde servidores pequenos e desktops domésticos, até grandes computadores da Bolsa de Valores de Nova York.
Apesar do sucesso, Torvalds continua a selecionar e gerenciar a equipe de mais de mil desenvolvedores ao redor do mundo, unidos apenas pela Linux Kernel Mailing List e pelo sistema de gerenciamento de código-fonte Git. O especialista arrebanha não só entusiastas em grandes empresas – como IBM, Intel e SGI –, mas também desenvolvedores ocasionais, que programam no porão de casa.
Como ele consegue manter todos motivados? E o que os CIOs podem aproveitar da sua experiência? Veja entrevista exclusiva na qual ele destaca os cinco pontos do sucesso:
Descubra pessoas em quem você possa confiar
Linus Torvalds – O princípio que me norteia é me empenhar muito para encontrar pessoas nas quais possa confiar e, depois, tentar sair do caminho delas o máximo possível. Não falo em confiança total, incondicional. Mas, se alguém é capaz de dominar um assunto, deve ser capaz de tomar todas as decisões diárias normais.

Seja confiável.
Torvalds – Da minha parte, procuro ser o mais confiável possível. E isso significa não surpreender as pessoas. Em outras palavras, não é uma confiança religiosa vaga, do tipo ‘tudo bem, amai-vos uns aos outros’. Significa que as pessoas conhecem minhas opiniões e minha postura em relação às coisas. Não precisam, necessariamente, gostar das coisas ou concordar com elas, mas, pelo menos, podem acreditar que sou confiável.
Seja honesto — às vezes, dolorosamente honesto
Torvalds – A propósito, faz parte do contexto não sentir vergonha de dizer indelicadezas ou demonstrar emoção. Prefiro insultar as pessoas por fazerem coisas imbecis e chamá-las assim [de imbecis] do que tentar ser educado e elas não entenderem minha real opinião em relação a algo.
Existe um ditado que diz: “Na internet, ninguém consegue ouvir quando você é sutil". OK, o ditado, na verdade, é: "Na internet, ninguém sabe que você é um cachorro", ou outra coisa qualquer, mas prefiro ficar com a versão do ‘sutil’. Porque a sutileza ou o sarcasmo simplesmente não têm vez ou talvez não se apliquem a outras culturas.
Deixe outras pessoas opinarem
Torvalds – Às vezes, é claro, você acaba tendo de dizer: “Eu estava errado”. E pode ser difícil. Mas costumo facilitar as coisas para mim escrevendo recados do tipo: ”Você é totalmente idiota e incompetente e não vou usar este patch porque ele está visivelmente quebrado e é uma m... total. E veja por que..." Mas, no fim, incluo: "Talvez eu esteja sendo imbecil e você possa provar que não tenho razão, então, por favor, me explique porque você fez essa coisa horrível. Por favor"
Isso proporciona às pessoas a chance de me dizer que estou sendo um imbecil e que estou errado, e que todos os motivos para tê-las chamado de idiotas eram inconsistentes.
Obviamente, não acontece com muita freqüência. Ou talvez aconteça e as pessoas sejam educadas demais para comentar em público.
Não que eu tenha conhecido tantas pessoas educadas na área de desenvolvimento de kernel, mas, provavelmente, eu as espantei.

Combinação de franqueza e honestidade conduz ao melhor resultado
Torvalds – De qualquer modo, a teoria reza que é melhor as pessoas saberem como você se sente do que serem surpreendidas depois, quando você simplesmente se recusar a utilizar o código delas. Ou, pior ainda, você acaba aceitando código ruim porque acha difícil dizer que isso e precisa explicar por que está sendo recusado.
Observação adicional: quando Torvalds fala, as pessoas escutam.
O que Torvalds não mencionou foi que muitos projetos open source “patinaram” quando tentaram fazer todo mundo trabalhar na mesma direção. Os métodos de Torvalds podem parecer cruéis, mas funcionaram por mais de uma década.
Uma razão para isso é que quando Torvalds erra, mostra-se mais do que disposto a admitir o erro. Em outros projetos -- não apenas os de desenvolvimento de software -- a eterna recusa em admitir falhas reduz a confiança no líder e baixa o moral.
Se os métodos de Torvalds funcionam, talvez a razão mais importante seja o especialista posta uma opinião sobre alguém, os desenvolvedores prestam atenção às suas reclamações. Eles não encaram os comentários como insultos ou indício de que ele não entende o trabalho que fazem.
Em outros círculos de desenvolvimento, os programadores talvez abandonassem o barco. Nos círculos do Linux, os melhores desenvolvedores aguentam firme porque sabem que Torvalds realmente sabe o que está dizendo.


http://computerworld.uol.com.br/gestao/2008/11/28/5-dicas-de-linus-torvalds-para-gestao-de-equipe/

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